Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte
Sou a cruzificada... a dolorida...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
e que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!..
Sou aquela que pasa e ningém vê...
Sou a que chaman triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguem que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou
viernes, 23 de diciembre de 2011
EU (Florbela Espanca "Sonetos")
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